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domingo, 7 de outubro de 2018

Tempo de escolhas

Entendo uma diferença entre escolher e decisão. A escolha vem antes da decisão. Segundo o dicionário online da língua portuguesa, escolha significa selecionar entre duas ou mais opções a sua preferencia, bom gosto, predileção entre duas ou mais coisas que se demonstra em relação a algo ou alguém.
Parece uma tarefa fácil, mas de fato não é, mesmo quando limitamos as quantidades de objetos, pessoas e situações. Quantas vezes você se sentiu perdido diante de tantas escolhas? Por exemplo, entrar em uma loja de bijuterias e se deparar com tantas possibilidades. Se você não colocar ou elencar algumas diretrizes para sua escolha, com certeza saíra bem perdido e sem conseguir escolher algo. E assim mesmo direcionando o que você quer, e fazendo sua escolha acaba chegando em casa e se perguntando se fez a escolha certa, ou com a cabeça naquilo que você  deixou para trás.
Gosto de partir de exemplos práticos e do cotidiano que vivenciamos a todo o momento. Outro dia me vi escolhendo uma coleira para cachorros: uma opção para a escolha foi o preço; outra a cor e outra a praticidade e durabilidade do material. Sai da loja feliz, um pouco em dúvida confesso, com o material que havia comprado. Enfim, após tantas dúvidas, resolvi abrir o pacote e começar a usar a coleira. Após alguns dias de usos percebi que a coleira começou a abrir na lateral da costura e pensei  que talvez a outra que havia deixado fosse melhor. 
Nesses pensamentos de melhor escolha e na minha atitude de levar a coleira para a casa, existia a fantasia da escolha perfeita.  Escolha perfeita significa não ter erros, ou qualquer tipo de prejuízo naquilo que entendi como o melhor para o momento.
Quantas frustrações nos acometem na escolha de um sapato, de uma roupa, de uma profissão, namorado, entre tantos outros. Entendemos e queremos acreditar que foi a melhor escolha, entretanto nem sempre as escolhas que fazemos nos garantem que estaremos satisfeitos. Nem sempre a roupa, o sapato, ou qualquer outra escolha que  fizermos serão garantia de nossas satisfações.  As frustações são maiores à medida que colocamos expectativas diante daquilo que escolhemos e não avaliamos as imperfeições do caminho.
Diante dessa imprevisibilidade de situações, a partir de escolhas, algumas pessoas não querem correr riscos e delegam a outras á sua escolha, assim encontram uma forma de não se responsabilizar e não se frustrarem.
Entendo que de uma forma ou de outra, quer você queira ou não o tempo todo na vida cotidiana fazemos algum tipo de escolha e nem sempre acertaremos, porque o acertar depende do quanto você consegue ser flexível diante das modificações que a vida lhe impõe, o quanto se consegue transformar á partir das imperfeições.
Portanto, hoje, saímos de casa para votar, com a escolha em nossas cabeças e exercemos uma atitude, porém não saberemos se nossas escolhas foram as melhores, porque não existem acertos nessa vida, mas temos a garantia que a vida caminha porque fazemos escolhas. 

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Tempo de mudança ( cambiar siempre)



Vivir situaciones inesperadas puede ser un buen ejercicio práctico para producir cambios y así  encontrar nuevos significados en la vida.  Me gustó este ejemplo.

domingo, 9 de setembro de 2018

Tempo de se expressar


Atividades humanas são expressões que demonstram o modo de ser e agir no mundo. Atividades expressivas em terapia ocupacional, como pintura, desenho, modelagem, artes em geral com as mãos, produção de textos, leituras, jogos, uma imensidão de afazeres, permitem trazer conteúdos do inconsciente, apropriar-se ou dar-se conta de si mesmo, fazendo algo. O modo de agir diante da atividade possibilita despertar e descobrir outros interesses e habilidades e ter consciência daquilo que tinha e não sabia. Esta forma de intervenção em terapia ocupacional envolve conceitos da psicodinâmica da ação
A compreensão além das palavras possibilita ao terapeuta ocupacional observar a ação realizada pelo sujeito em vários contextos, família, trabalho, social. A compreensão pelo fazer, individualmente ou em grupos, no processo terapêutico, revela dados concretos da pessoa que estavam escondidos ou mesmo impercebíveis, obscuros, que a pessoa pode “dar-se conta”.   
As formas como as pessoas se comportam e agem diante de situações concretas da vida cotidiana permitem ao terapeuta ocupacional, trazer, ofertar informações que auxiliem a compreender determinada situação e produzir mudanças que melhorem sua forma de se conduzir no mundo.
O tempo todo fazemos “coisas” e  reagimos de forma automática. O automatismo de nossas ações é uma condição necessária para a sobrevivência. Entendemos por reações automáticas aquelas que desenvolvemos sem tomar consciência.
Para entender melhor o quero dizer, vejamos a partir de uma compreensão do movimento, diante de uma ação muscular; já reparou quantas ações realiza sem perceber? Por exemplo, piscar, respirar, você realiza sem perceber, sem o seu comando, sem o seu controle, são ações involuntárias. Normalmente as ações involuntárias são desenvolvidas como uma forma de proteção e subsistência. Ao falar não observamos o movimento da nossa língua, a única coisa que fazemos conscientemente é pensar em algo que vamos dizer.
Realizar um movimento com um objetivo determinado requer do sistema nervoso central, informações sensoriais para assegurar que a função motora se realize. Assim sem as informações sensoriais os movimentos podem ser imprecisos e tarefas que requerem coordenação minuciosa das mãos como abotoar uma camisa e fechar um zíper ficam impossibilitadas. Normalmente as reações automáticas apresentam-se como reflexos e hábitos adquiridos, abotoamos uma camisa e fechamos um zíper sem percebe, isto é saudável e nos ajuda a ganhar tempo para outros afazeres.  Neste contexto é mais fácil perceber as ações da terapia ocupacional.
Existe dentro da terapia ocupacional uma larga bibliografia e ações práticas sobre os benefícios da teoria da integração sensorial.   Fiz uso desse conceito como uma forma de exemplificar e conduzir o leitor a compreensão de como o terapeuta ocupacional pode obter informações sobre as pessoas e fazer com que as mesmas também possam observar as sensações provocadas pelas atividades que são desenvolvidas em seu cotidiano.
Por outro lado fazer da vida um hábito com ações rotineiras e repetitivas pode conduzir ao automatismo e apresentar comportamentos  que prejudicam a qualidade de vida. A repetição incessante pode gerar um vazio uma falta de significado, tudo parece um fardo, sem sentido. E na verdade os sentidos estão de fatos adormecidos. Por esse motivo vários terapeutas ocupacionais se dedicam a observar, investigar, analisar e propor mudanças na rotina da vida diária, não apenas para restabelecer funções perdidas á nível da reabilitação física, mas provocar mudanças estruturais, na ordem dos sentidos e das emoções.   Ao realizar atividades na presença de um terapeuta ocupacional, através da observação e análise da pessoa realizando e produzindo ações,  neste processo, oferece  pistas, possibilita a reflexão, tomar consciência de atos, sensações, sentimentos não percebidos que podem auxilia-lo  a obter maior satisfação em sua rotina diária. Pessoas que compreendem melhor suas ações estabelecem novas formas de satisfação, encontram saídas, descobrem oportunidades empoderam-se.
Um tempo para a realização de atividades diferentes pode proporcionar o acesso a pontos importantes do cérebro, oferecendo estímulo e o despertar de novas ações. Pratique essa ideia.