Sobre o tempo e o fazer foi criado na tentativa de esclarecer algumas das ações da Terapia Ocupacional na saúde mental. Em nosso cotidiano somos atravessados por diversas atividades, o tempo nos invade e somos engolidos por ele. Refletir sobre como vivenciamos nosso cotidiano, nos ajudam a encontrar pistas da nossa subjetividade, formação de um autoconceito e soluções práticas para os problemas na vida cotidiana.
Translate
quarta-feira, 12 de setembro de 2018
Tempo de mudança ( cambiar siempre)
Vivir situaciones inesperadas puede ser un buen ejercicio práctico para producir cambios y así encontrar nuevos significados en la vida. Me gustó este ejemplo.
domingo, 9 de setembro de 2018
Tempo de se expressar
Atividades humanas são expressões que demonstram o modo de ser e agir
no mundo. Atividades expressivas em terapia ocupacional, como pintura, desenho,
modelagem, artes em geral com as mãos, produção de textos, leituras, jogos, uma imensidão de afazeres, permitem trazer conteúdos do
inconsciente, apropriar-se ou dar-se conta de si mesmo, fazendo algo. O modo de
agir diante da atividade possibilita despertar e descobrir outros interesses e
habilidades e ter consciência daquilo que tinha e não sabia. Esta forma de
intervenção em terapia ocupacional envolve conceitos da psicodinâmica da ação
A compreensão além das palavras possibilita ao terapeuta ocupacional observar
a ação realizada pelo sujeito em vários contextos, família, trabalho, social. A
compreensão pelo fazer, individualmente ou em grupos, no processo terapêutico, revela
dados concretos da pessoa que estavam escondidos ou mesmo impercebíveis,
obscuros, que a pessoa pode “dar-se conta”.
As formas como as pessoas se comportam e agem diante de situações
concretas da vida cotidiana permitem ao terapeuta ocupacional, trazer, ofertar
informações que auxiliem a compreender determinada situação e produzir mudanças
que melhorem sua forma de se conduzir no mundo.
O tempo todo
fazemos “coisas” e reagimos de forma
automática. O automatismo de nossas ações é uma condição necessária para a
sobrevivência. Entendemos por reações automáticas aquelas que desenvolvemos sem
tomar consciência.
Para entender melhor o quero dizer, vejamos a partir de uma
compreensão do movimento, diante de uma ação muscular; já reparou quantas ações
realiza sem perceber? Por exemplo, piscar, respirar, você realiza sem perceber,
sem o seu comando, sem o seu controle, são ações involuntárias. Normalmente as
ações involuntárias são desenvolvidas como uma forma de proteção e subsistência.
Ao falar não observamos o movimento da nossa língua, a única coisa que fazemos
conscientemente é pensar em algo que vamos dizer.
Realizar um movimento com um objetivo determinado requer do sistema
nervoso central, informações sensoriais para assegurar que a função motora se
realize. Assim sem as informações sensoriais os movimentos podem ser imprecisos
e tarefas que requerem coordenação minuciosa das mãos como abotoar uma camisa e
fechar um zíper ficam impossibilitadas. Normalmente as reações automáticas
apresentam-se como reflexos e hábitos adquiridos, abotoamos uma camisa e
fechamos um zíper sem percebe, isto é saudável e nos ajuda a ganhar tempo para
outros afazeres. Neste contexto é mais
fácil perceber as ações da terapia ocupacional.
Existe dentro da terapia ocupacional uma larga bibliografia e ações práticas
sobre os benefícios da teoria da integração sensorial. Fiz uso
desse conceito como uma forma de exemplificar e conduzir o leitor a compreensão
de como o terapeuta ocupacional pode obter informações sobre as pessoas e fazer
com que as mesmas também possam observar as sensações provocadas pelas
atividades que são desenvolvidas em seu cotidiano.
Por outro lado fazer da vida um hábito com ações rotineiras e
repetitivas pode conduzir ao automatismo e apresentar comportamentos que prejudicam a qualidade de vida. A
repetição incessante pode gerar um vazio uma falta de significado, tudo parece
um fardo, sem sentido. E na verdade os sentidos estão de fatos adormecidos. Por
esse motivo vários terapeutas ocupacionais se dedicam a observar, investigar,
analisar e propor mudanças na rotina da vida diária, não apenas para
restabelecer funções perdidas á nível da reabilitação física, mas provocar
mudanças estruturais, na ordem dos sentidos e das emoções. Ao
realizar atividades na presença de um terapeuta ocupacional, através da observação
e análise da pessoa realizando e produzindo ações, neste processo, oferece pistas, possibilita a reflexão, tomar consciência
de atos, sensações, sentimentos não percebidos que podem auxilia-lo a obter maior satisfação em sua rotina
diária. Pessoas que compreendem melhor suas ações estabelecem novas formas de
satisfação, encontram saídas, descobrem oportunidades empoderam-se.
Um tempo para a realização de atividades diferentes pode proporcionar
o acesso a pontos importantes do cérebro, oferecendo estímulo e o despertar de
novas ações. Pratique essa ideia.
Assinar:
Postagens (Atom)