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quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Tempo de Máscaras.

 


Tem gente que anda mascarado o ano todo, máscara para que?

“Quanto mais o homem fala de si, mais deixa de ser ele mesmo. Dê-lhe uma máscara e ele dirá a verdade.” (Oscar Wilde)

Não é neste cenário das frases acima, com implicações de interpretação subjetiva, que  desenvolverei esse texto, vamos conversar daqui para frente sobre um equipamento essencial que agora poderá nos ajudar a nos proteger e proteger os demais: as mascaras.

Equipamentos de segurança compõem a vida de muitas pessoas que trabalham; como soldadores, pintores, trabalhadores rurais com o uso de agrotóxicos ou qualquer tipo de ação em que nossa vida corre  riscos, se estimularmos nossas lembranças encontraremos outros instrumentos de proteção,  além do equipamentos de proteção utilizados por profissionais da saúde.

Na perspectiva de que a vida consiste de passagens inesperadas, como no compasso das horas tudo pode mudar, novos hábitos, novas rotinas e comportamentos atravessaram a vida de todas as pessoas do mundo.

Novos hábitos, novas rotinas vieram sem consentimento e sem permissão, provocaram mudanças, para algumas positivas para outras desagradáveis, entretanto mudanças geralmente colocam a vida da gente em xeque e faz com que possamos parar e pensar sobre como estamos conduzindo ou sendo conduzidos na forma de viver.

Novas formas de viver implicaram em novos hábitos, ou mesmo a retomada de alguns que foram esquecidos e ou negligenciados, como o lavar as mãos frequentemente e o deixar os sapatos do lado de fora ao entrar em casa.

O hábito é incorporado em nossa vida e se constitui como um fenômeno biofisicopsicologico que permite uma vez aprendido algo, a conservação de uma sensação de que essa ação pode-se repetir indefinidamente sem modificação, nos habituamos por adaptação, clima, necessidade ou obrigatoriedade.

Através do habito obtemos uma visão da nossa realidade, essas ações as vezes até automáticas,  estabelecem mudanças e volta-se a repetição e no acostumar-se as novas disposições, são atos aprendidos, mantidos e adquiridos pelo tempo e segundo necessidades individuais, embora eu possa ter um habito de escovar os dentes, por exemplo, esse hábito se configura com  experiências particulares vivenciadas no cotidiano.

Embora pareça ser tudo a mesma coisa, a ciência indica a distinção entre habito, rotina e cotidiano.  Habito seria uma ação que se repete todo dia, tomar banho, escovar os dentes, a rotina compõe o conjunto de hábitos que apresentam certa previsibilidade em um dia, já o cotidiano engloba a dimensão existencial humana constituída por rotinas e hábitos.

Parece um tanto confuso e complexo, mas para o entendimento das ações das pessoas é necessário essa segmentação.

É do interesse e estudo da Terapia Ocupacional o que as pessoas fazem (como, porque, para que) em que proporção as rotinas estão comprometidas, como usam seu tempo e dirigem seus interesses, porque a análise detalhadas dessas ações auxiliam a melhoria da qualidade de vida a nível do desempenho e das emoções.    

Apesar de todas as transformações ocorridas nas rotinas de cada pessoa, o  uso de mascaras, por exemplo,  passou a ser incluído como um acessório fundamental , mas com várias resistências, apresentou-se como um habito de difícil adaptação.

 Vários são os incômodos relatados pelas pessoas  no uso da mascara. Se pensar do ponto de vista das sensações, dois órgãos dos sentidos são tapados durante o uso da mascara, nariz e boca. Eles são responsáveis respectivamente pelo olfato e paladar. Através deles, sentimos cheiros agradáveis que nos levam a sensações agradáveis, mas também a sensações desagradáveis, no caso mau cheiro. Pelo paladar sentimos os prazeres de uma boa degustação, assim tapando nariz e boca, sentimos mais nosso próprio cheiro e gosto.

Outras sensações desagradáveis se apresentam como: o embasamento dos óculos o ter que falar mais alto, o não entendimento do que foi dito. Parece que tudo se torna um motivo para não usar. Entretanto tudo é uma questão de hábito, do acostumar-se, quem não sentiu sensações desagradáveis com o uso e obrigatoriedade do cinto de segurança?  Com o tempo, pouco a pouco conseguimos incorporar o uso de cinto de segurança e sabemos o quanto essa ação evitou várias mortes em acidentes de transito. Toda mudança que provoca um novo hábito e rotina leva tempo para a adaptação e neste processo somos meios que obrigados a exercitar e desenvolver a paciência e a tolerância, com nós mesmos, com os outros e com a situação atual.

Portanto siga as orientações, seja responsável: Faça certo, use correto, use mascaras.